terça-feira, 7 de abril de 2009

Aristóteles


Aristóteles escreveu cerca de cento e vinte obras, das quais quarenta chegaram até hoje. Seus livros fundamentais são: Retórica, Ética a Nicômaco, Ética a Eudemo, Orgânon, Primeiros Analíticos, Segundos Analíticos,Física, Metafísica, Sobre o Céu, Crescimento e Decadência, Sobre a Alma, As partes dos animais, Política, entre outros. Essas obras pertencem ao conjunto do chamado corpo esotérico das obras de Aristóteles. É sabido que a obra de Aristóteles é dividida em dois grandes grupos: os escritos exotéricos e os escritos esotéricos. Os escritos exotéricos seriam aqueles de fácil leitura, dirigidos ao grande público. Desse grupo restaram apenas alguns fragmentos e títulos, como por exemplo O Grilo ou da Retórica, aonde Platão defendia a posição platônica contra Isócrates. Infelizmente, os escritos esotéricos estão quase que totalmente perdidos. Por outro lado, muitos dos escritos esotéricos chegaram até os dias de hoje. Esses escritos eram feitos para os iniciados do Liceu, alunos e mestres, muitos ministrados em aulas, sendo patrimônio exclusivo do Liceu. O estilo do estagirita é predominantemente científico. Muitos livros seus se perderam, especialmente na época da Renascença, por causa do Index (índice de livros proibidos) da Igreja católica. Realizou importante trabalho de revisão, elaboração da história dos pré-socráticos. A Grande Obra Aristotélica não teria chegado até os dias de hoje se não fosse as edições árabes, a organização de alguns aristotélicos, como Avicena e Averróis, e o imenso trabalho de filósofos e padres, que copiavam e traduziam os fragmentos à mão. O organizador da Biblioteca de Alexandria. Andronico de Rodes- que também foi o décimo sucessor de Aristóteles no Liceu- conseguiu organizar uma edição das obras de Aristóteles, em meados do século I. A palavra metafísica, que tem várias acepções em diversos autores, teve o sentido primeiro batizado por Andronico. De fato, ao organizar sua coleção da obra aristotélica, Andronico chamou de ta meta ta physica (depois da física) o conjunto de livros que era colocado na estante depois da obra intitulada Física. Essa obra, chamada então de Metafísica, versava sobre a causa primeira, o Motor Imóvel do mundo. Assim, o sentido dado à palavra metafísica por Andronico se transformou para algo como "além da física", ou seja, o supra-sensível, que não se apresenta aos sentidos. Mas a palavra una Metaphysica não se encontra antes da Idade Média, particularmente em Averróis, segundo Eucken.
Aristóteles criou a lógica, com o seu silogismo. O silogismo de Aristóteles pode ser definido assim: é um trio de termos, no qual o último, que é a conclusão, contém uma verdade que se chega através das outras duas. A é B, C é A, portanto C é B. O exemplo clássico de silogismo pode ser dado pelo trio de frases a seguir: A. Todos os homens são mortais B. Sócrates é homem. C. Logo, Sócrates é mortal. A lógica não faz parte do esquema que Aristóteles dividiu e sistematizou as ciências. A lógica considera a forma que deve ter qualquer tipo de discurso que pretenda demonstrar algo, e em geral queira ser probatório. A lógica pretende mostrar como o pensamento procede quando pensa, qual é a estrutura do raciocínio, como são feitas demonstrações. A lógica é preliminar às ciências, necessária para o modo como estas são desenvolvidas. Mas não tem em vista a produção de algo, nem a ação moral e não tem um conteúdo determinado, nem teorético. Ela é mais um instrumento necessário à produção mental que origina as ciências.


Postado por Regina W. Zarling

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